Ai, Mouraria (Companheiro)

Referindo-me aos amigos escrevi  certo dia: “Todos nós temos amigos: Uns prediletos, outros casuais, uns mais sinceros, outros oportunistas, mas, enfim, são os nossos amigos.” (Livro “A Música da Semana” – crônica , “Cordas de Aço”.)

Quando existe entre duas pessoas o mesmo procedimento de caráter, de ética e de respeito, torna-se fácil à aproximação e o caminho para uma verdadeira amizade.

Conheci há anos, ainda no pensionato, um amigo discreto que tinha as qualidades citadas. Foram apenas meses de convivência, mas o suficiente para manter com o amigo RAIMUNDO JOSINO PONTES  uma grande e sincera amizade.

As nossas diferentes atribuições impediam um convívio mais assíduo. Aliás, isso não é pré-requisito para os amigos. A nossa amizade era  materializada nos poucos reencontros.

Uns formais, outros nas mesas de bares discretos.

A primeira frase que vinha quando nos encontrávamos: “Companheiro, vamos botar os fuxicos em dia”.

Claro, companheiro, mas, agora, só quando aí chegar.

A saudade e a lembrança estão impregnadas na tua família e, também, entre os teus muitos amigos, principalmente quando ouvirmos a lindíssima “Ai Mouraria” tão bem interpretada por ti, Companheiro.

Abilio, 26 fev 2015.